Hades
Ali está Artaud, atado
Ali está Sade, saciado
Duvidamos alguém se dar mais barato!
A Casa Sadness apresenta!
O poeta, seus derivados
Caro poemador
Uma cápsula espacial envolve
É somente um caso acrílico
Quando não há nada dentro
Ou seja o homem sistemático
Numa capa de macaco
Levando na omoplata
Com a carne que a reveste
Sucata de pneu furado
pib pib pib pib pib pib
Som de pancada não é porrada
Nem pau no pau é poética
Oral:
"Tenho o pé na tábua
Presa na planta uma farpa
Não sinto falta do prego
Agora que temos ferrugem
Não quero essa cola plástica
Ainda palavra apenas basta
Para grudar-me ao trampolim
Aos pajens vidrados da forma
Que jogam dados viciados
Pergunto o conteúdo da outra prisão"
Enquanto a chuva não vem
E só aparece num discurso de posse
É bom picar bem a vanguarda
Invertendo com arte o espaço
Recusando a censura derradeira
Caríssimo iluminador
A Casa Sadness mantém um poeta vivo
Acenando com o Pão de Açúcar
A Casa Sadness não repele
Só martela: Son of a bit!
E quem não escuta está cego
Pelas responsabilidades civis
Oral:
"Não sinto falta do prego
Agora que temos ferrugem
E digam ao Sátrapa que entre
Para mostrar seu papel"
Respeitável público!
Vocês que fizeram barulho
Enquanto o teatro sofria
Vocês que censuraram
O documento geral
Aguardem o reino do céu
Quem tem medo da Rede Golpe
Riscar uma letra
O lápis fica lá fora
A margem real do maestro
Música: Um piano arranhado
Um microfone soprado
Um espaço intocável
Um par de fones japonês
Entra o autor
Ele arrasta um carrinho de feira
Procura procura procura
Reconhecimento
pib pib pib pib pib pib
Na mordaça, uma boca
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