Vietnã, a pax brasileira

       a Vo Nguyen Giap

       tal e qual em

         Dien Bien Phu

        (25.08.1911- 04.10.2013)

 

Pari passu, no País

Belicosamente

O bambu cortando o aço

Retira o elmo de palha da cabeça

Pela beleza fascista calada na guerra

Pari passu num País

Patheticamente

O guru arruma o laço

Discursa à alma que fala ao tronco

Pela certeza batista saciada na terra

Pari passu neste País

Pacificamente

O urubu busca espaço.  Escuta

Com a calma de quem é membro

Pela pobreza malvista cansada de espera

 

O ovo

O bicho deitou-se espreguiçando.

Piscou um olho amarelo espantando

mosca que, insistente, se alojou

na cauda, bem junto a piolhos, 

pelos esparsos. Ali agarrou-se

quieta à espreita.

O que havia somente, o resto, espalhava-se

perto de excrementos em volta do bicho

ressonante. Comera como sempre, agora

dormia com patas dianteiras cruzadas

numa instintiva oração.

Entre pedaços de carne e osso do corpo

ali do lado, a mosca deitou, voou

Tornou à cauda do bicho 

chocou seus ovos verdes.