Poetas sem Fronteiras
Blogging in the Wind

sábado, 5 de outubro de 2013

O ovo




O bicho deitou-se espreguiçando.
Piscou um olho amarelo espantando
mosca que, insistente, se alojou
na cauda, bem junto a piolhos, 
pelos esparsos. Ali agarrou-se
quieta à espreita.
O que havia somente, o resto, espalhava-se
perto de excrementos em volta do bicho
ressonante. Comera como sempre, agora
dormia com patas dianteiras cruzadas
numa instintiva oração.
Entre pedaços de carne e osso do corpo
ali do lado, a mosca deitou, voou
Tornou à cauda do bicho 
chocou seus ovos verdes.


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