Poetas sem Fronteiras
Blogging in the Wind

domingo, 16 de agosto de 2015

Santa, um dia




Depois que você saiu
Saciei o sagüi. Do mato
Da esquina normanda
 
Com novos estribos retráteis
Passa o bonde português
Para o hall hell hill alfâmico 

Da fama

Sorvi ítalo café sem açúcar
Não dormir o sono do injusto

A cama ainda desfeita
Um neo conto de fadas


domingo, 29 de março de 2015

Operação Crazy-Horse


À boçalidade
31/03/1964 - 31/03/2015



Na clínica de Cleveland
Geme o General

"Pela Democracia
Farei das tropas
Coração!"


Gondwana




Na América Latina
a ressaca e o vômito
são inversões de Orfeu
- balconista da
Dow Chemical Corporation

Na África do Sul
o medo do mar negro retira
a bandeira branca do topo 
do salva-vidas

uma lágrima de pretória 
cobre de ouro o disfarce
do tráfico de glicose nas veias

a velha lady que insiste 
recusa menopausa
restaurando hemorragia
ao cabo das tormentas


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Indigno Blues ou o Insuportável Ricardo G. Ramos



"Le deséspoir est une
  forme supérieure
  de la critique"
         Léo Ferré


Livrar a trava do cão.  Matar o restinho do monstro
seio murcho da família.  O eterno noturno entre lençóis
da mãe disponível.  Repartir o michê com o menino
perdido no pó
Domar a droga do palavrório despercebido
no banheiro da academia

Assistir com Santa Impaciência depilação
de aranha adolescente e seu estilo normalista


Enfiar até os colhões

Reservar a tribuna de honra para os chatos
catados ao relento

Não passar o bastão.  Ainda

Um pé no acelerador,  o outro na pista molhada
O olho bom no andar térreo da ampulheta
Anotar o lugar do carneiro perpétuo
Jogar tudo no bicho-papão de Mishima 
O samurai sem pilha de gato

(Bairro da Liberdade.  Interior.  Festa.  Canhões de luz)

Ok Lady Day.  Play the game
Um puzzle.  Um quebra-coração
Um pulso de veias difíceis

Um pico de unicórnio descartável


Clique no link e escute o poema musicado por Löuis Lancaster da Banda Zumbi do Mato.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Os Portões da Abadia

                                                                                                     a MHAGS


Enquanto tu não me disseres
 Porei guardas nos portões  
Da Abadia

Construirei pontes na tua  

vergonha ancestral

Eu,  desfrutador de sombrias 

Colinas, reclamarei ser o primeiro

Lembra-te? Sou o das tuas dunas
 O que apagou o passado na areia

Plantou e arrancou a primeira semente
No leito da enfermaria
 
Agora serei o derradeiro feliz
A permanecer contigo
 
 A ocultar o que sempre
Saberei

Retiro das Pedras


no km 62 estrada do contorno
sol e lua dormem juntos

o artesão acordado trabalha
o material que traz
a notícia da ave

três meninas cuidam animais
no castelo de chocolate
do anjo

e o velho pescador
é amado pela visita

tubarões na piscina do grande
ditador apreendem
agitadores da água poluída

o mineral chega intacto
ao pintor pobre de palavras