Poetas sem Fronteiras
Blogging in the Wind

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Macramé

  para Annie Rottenstein


Rompeu-se o alicerce
a aranha esquece a teia
no seio da tecelã

No enlace, suave como um abraço
um nó
              Fácil de tirar

Do teto à terra
a parede de algodão
assombra a visão de Deus

Enroscadas no bambu
cordas falam cobras e lagartos

Na procissão, outro nó
úmido como um pelo na pia

O nó
ciúme único da viúva negra

O vento que sopra das bocas
promove a fresta embandeirada

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