Paul Delvaux (1897-1994)
Para H.
Queimando o chão em que pisa
Inesperada e áspera
Vem nua de repente
Lisa na minha mente
Quente a voz rouca fanhosa
Melosa na boca rasgada
Violenta a imaginação
Avisa ausente
Um som de ensino insolente
Dentro dos olhos-promessa
Brisa apressada
Que não precisa a hora
Da madrugada passada a limpo
E pressinto absorto no seu corpo
Entre os lençóis abusados
Frio orvalho trilhando atalhos
Em meu sexo molhado
No calor de uma noite de sol
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